domingo, 30 de agosto de 2020

Ser preto: cor da morte, agora do desemprego

 A população negra foi a mais atingida pelo desemprego no segundo trimestre, desde que recrudesceram as medidas de isolamento social.  Os dados são da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), divulgada pelo IBGE.

A taxa de desemprego dos trabalhadores pretos chegou a 17,8%.  Enquanto a dos brancos, no mesmo período, subiu 10,4%. A pesquisa mostra que a pandemia elevou a distância ao maior patamar já registrado desde o início da pesquisa, em 2012.

Para a responsável pela pesquisa, Adriana Beringuy, “A população de cor preta foi a que sofreu o maior impacto com a crise”, concluiu

A distância entre o número de pretos e brancos desempregados é histórica. De abril a junho, o percentual de trabalhadores desempregados de cor preta cresceu 2,6 pontos. Enquanto dos brancos o aumento foi de 0,6 ponto.

 

 

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Desigualdade em tempos de pandemia

     Apenas 13,3 milhões de pessoas, o que corresponde a 6,3% da população, realizaram algum teste para diagnóstico da Covid-19 até julho. Os dados são da PNAD COVID19 mensal, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.

     Desse total, 2,7 milhões (20,4%) testaram positivo para a doença causada pelo novo coronavírus. Entre os testes para diagnóstico da doença, as pessoas poderiam ter realizado o exame com material coletado na boca ou nariz com o cotonete (swab); o teste rápido com sangue coletado por um furo no dedo; ou o exame com sangue retirado da veia do braço.

    Nesta edição, a pesquisa traz seis novos temas relativos à pandemia, além das questões sobre o mercado de trabalho e sintomas de síndrome gripal. Os testes, de acordo com a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, foram realizados por homens na mesma proporção 62,2% e 6,4% respectivamente e com idade principalmente de pessoas entre 30 e 59 anos. A pesquisa mostrou que quanto maior a instrução e renda mais  testes foram realizados.

    “Quanto maior o nível de escolaridade e a renda, maior foi o percentual de pessoas que fez algum teste”, acrescentou Maria Lúcia Vieira.

    O Distrito Federal foi a unidade da federação com maior percentual de teste, já Pernambuco registrou o menor desde o início da pandemia.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Retração no 2º trimestre causa queda, e famílias sofrem

O Monitor do PIB-FGV aponta retração de 8,7% da atividade econômica no 2º trimestre, em comparação ao 1º do ano. Na análise mensal, o indicador aponta crescimento de 4,2% em junho, na comparação com maio. Na comparação interanual a economia apresentou queda de 10,5%, no 2º trimestre e de 6,5% em junho.

Consumo das famílias

O consumo das famílias caiu 11,6% no 2º trimestre, se comparado ao mesmo trimestre do ano passado. Na análise do consumo de bens, as fortes retrações no consumo de semiduráveis (-51,0%) e de duráveis (-30,2%) são explicadas por quedas em todos os segmentos que compõem estes tipos de consumo. Já o consumo de não duráveis, embora tenha retraído 1,1% no trimestre, apresentou crescimento nos segmentos alimentícios e de artigos farmacêuticos e de perfumaria. O consumo de serviços também apresentou retração em diversos segmentos, embora as quedas no consumo de alojamento e alimentação e de saúde privada tenham sido as maiores contribuições para a queda deste tipo de consumo.

  

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Transporte e habitação puxam Inflação

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho subiu 0,36%, 0,10 ponto percentual acima da variação observada em junho (0,26%). Este é o maior resultado para um mês de julho desde 2016, quando o IPCA foi de 0,52%. No ano, o indicador acumula alta de 0,46% e, em 12 meses, de 2,31%, acima dos 2,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2019, a taxa havia sido de 0,19%.

Período

Taxa

Julho 2020

0,36%

Junho 2020

0,26%

Julho 2019

0,19%

Acumulado no ano

0,46%

Acumulado nos últimos 12 meses

2,31%

 Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis apresentaram alta em julho. O maior impacto (0,15 ponto percentual) veio dos Transportes (0,78%). Em seguida, veio o grupo Habitação (0,80%), que acelerou em relação ao resultado de junho (0,04%) e contribuiu com 0,13 p.p. Já a maior variação positiva veio dos Artigos de residência (0,90%), com impacto de 0,03. O grupo Alimentação e bebidas, por sua vez, ficou próximo da estabilidade, com alta de 0,01%