A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria
alertado o Palácio do Planalto e ministro sobre a situação de caos em
cemitérios e a falta de espaço para sepultamento, causados pelo aumento de mortes
por Covid-19, a informação é do Estadão.
Os documentos encaminhados pela Abin somam cerca de 950 páginas, com datas de 27 de abril a 13 de maio.
“Famílias relatam desaparecimento temporário dos corpos de familiares que morreram na rede pública de saúde. No cemitério público Nossa Senhora Aparecida [de Manaus], a prefeitura informou que os corpos serão enterrados em valas comuns, empilhados três a três”, registrou o documento da agência, em 29 de abril.
Contrariando os relatórios da Abin, Jair Bolsonaro
adota discurso negacionista, acusando governadores e prefeitos de fazerem
“terrorismo” ao buscar novos espaços para enterros.
Bolsonaro já ofendeu gestores, como o prefeito de
Manaus, Arthur Virgílio Neto, chamando-o de “bosta”, por abrir novas covas
coletivas.
Dias após a reunião com ministros, em 4 de maio, a Abin
informou sobre chegada de reforço de 300 urnas funerárias a Manaus, cidade já
com a capacidade de enterros esgotada. “Devido à falta de estoque, algumas
empresas interromperam os sepultamentos privados”, escreveram os agentes de
inteligência.
“A área aberta no início de abril de 2020 no Cemitério
Nossa Senhora Aparecida, principal cemitério público da cidade, está
praticamente cheia. Devido ao aumento da demanda e ao esgotamento de locais
para enterro, há projeto da criação de novo cemitério em Manaus”, completa a
nota.
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