A quatro
dias de um novo ano, a frase que me vem à cabeça foi aquela atribuída a Tom Jobim “
O Brasil não é para principiantes.” Somos useiros e vezeiros em realizar
previsões do passado. Pitonisas do que já foi.
No limiar
de um ano novo, nós brasileiros não conseguimos sequer ter esperança. Até isso
roubaram de nós. A sensação é de um hamster a correr em sua roldana sem sair do
lugar. São filmes repetidos. Não importa qual canal esteja. O controle não está
com você. Está no discurso.
Após 365 de
angústia, mostra que ser bolsonoristas e lulistas é mais do que ideologia: é
desvio de caráter. Lados opostos da mesma moeda.
Ambos têm
ares de arrogância e presunção. Lula ao incetivar seu nome à disputa de 2022. É
árvore frondosa, que com a sua sombra não deixa que nada nasça em volta. Mesmo
com toda manobra para acabar com a Lei
da Ficha Limpa, será difícil. Lulistas negam que seria o antipetismo o maior
responsável pela eleição de Bolsonaro. As pesquisas desmentem o comissariado.
Do outro lado da moeda, Bolsonaro inflama seus 15% de seguidores fieis a fustigar o petismo para que essa polarização permaneça em efervescência, porque um Lula forte é bom para o bolsonarismo. Está em voga um neologismo: bolsopetismo.
Hoje, o
nome mais odiado por Bolsonaro é João Doria, que vem antagonizando desde o
início da pandemia, que teve sucesso com a vacina comprada pelo estado de São
Paulo da China.
O trabalho
de um ano fez água, deixou margem a desconfiança de que fechara o estado, logo
a pós a eleição, e fora curtir em Miame, local menos restritivo. Não adiantou
ficar menos de 24h, urgenciado pela contaminação por Covid-19 de seu vice. As
desculpas, com direito a imagem de Nossa Senhora providencialmente ao lado do
computador, não apagarão da cabeça das pessoas, seu senso de superioridade.
Se não bastasse
o festival de horror. Um país com mais de 14% de desempregado, pessoas passando
fome, Covid-19 matando aos milhares, e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas,
aceita sem titubear um aumento no próprio salário de 47% chegando quase aos 40
mil mensais.
Isso mostra
que o Brasil é um país é um paciente em estado terminal. Com pragas tão ou mais
mortal que a Covid-19 que é a nossa atual urgência. O Brasil não mesmo para
principiante.
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