quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

As verdades não ditas

 Palavras muito inconvenientes 

Sim, Lula foi condenado em três instâncias no caso tríplex, e no processo do sítio de Atibaia em duas. Não importam quantos subterfúgios o batalhão de advogados e as centenas de habeas corpus, com auxílio de supremos amigos e o luxuoso "plus" da OAB possam encontrar, a constatação é que ocorreu o crime.

Caso seja anulada a pena de Lula fica como herança um nó difícil de desatar: se não houve crime, o quê fazer com as delações ocorridas e os bilhões recuperados pela força-tarefa?, o mais correto seria devolvê-los aos “inocentados.”

A operação Lava Jato não morreu, foi assassinada com requintes de crueldade.  Você começa a se dá conta do atoleiro que o Brasil se meteu quando gente da envergadura moral de Renan Calheiros comemora efusivamente.

De posse dos áudios, Lula agora detém boa parte dos podres de seus adversários políticos. O ex-presidente nunca foi um inocente preso, mas será sempre um criminoso liberto. Inventar uma hidrelétrica como a de Belo Monte, cuja ameaça ao meio ambiente e povos do Xingú são reais, e a empresa de plataforma Sete Brasil apenas para bancar campanhas, é difícil de serem esquecidos. Mas no Brasil, dependendo de quem fala é mais importante do que o quê foi dito.

O próximo passo é querer destruir Sérgio Moro e os procuradores responsáveis pela Operação, se aceite ou não, o país foi tomado por uma lufada de decência e justiça num país tomado pela corrupção. Agora com o reforço de Jair Bolsonaro e seu escudeiro Augusto Aras, nomeado para acabar, por ordem do presidente, com a operação, que já estava perto de pegar o 01. O PGR deveria corrigir exageros, não exterminá-la.

Objetivo é claro, continuar com o país binário e levar para as eleições de 2022 o replay de 2018, quando PT e Bolsonaro chegaram ao segundo turno. Fica claro no voto do ministro indicado por Bolsonaro, Nunes Marques. O tiro pode sair pela culatra. Moro pode sair como o perseguido.

Bolsonaro, o principal responsável pelas mais de 230 mil mortes, brinca com o povo, seus sequiosos, que o apoiam a soldo, uma campanha nacional de vacinação: sem vacina.

Última pesquisa XP/Ipespe mostra que Moro é o único a vencer Bolsonaro num possível segundo turno, caso o ex-juiz aceite ser candidato.

Esse cenário interessante serviria para saber até que ponto Bolsonaro é odiado pela esquerda, principalmente para aquela que tem bandido de estimação.

 

 


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