quinta-feira, 1 de julho de 2021

O sujo, e o mal lavado

 “Um Processo de impedimento exige mais que palavras. Exige materialidade”, disse Arthur Lira, presidente da Câmara, ao ser questionado sobre a abertura de processo de impeachment em desfavor de Jair Bolsonaro. Se vivo fosse, Ruy Barbosa diria que, além de materialidade, hombridade, honestidade, ética, amor pela pátria tudo que falta a Lira.

Lira é filho do ex-senador Benedito de Lira, o Biu, patriarca que disputa o poder do estado de Alagoas com os Calheiros, e os Collor de Mello. Desde que foi denunciado por suposta rachadinha quando era deputado estadual daquele estado. Inocentado em Primeira Instância, mas tem recurso do Ministério Público.

Usando uma figura de linguagem, há uma simbiose (interação entre duas espécies ou, grosso modo, associação íntima entre duas pessoas) perfeita entre Lira e Bolsonaro. O primeiro dono de Orçamento de 11 bilhões, distribuído como biscoito de cachorro aos demais deputados que compõem o centrão, que tem o presidente da Câmara como um dos maiores  expoentes, o segundo quer evitar o próprio impedimento e a provável prisão.

Satisfeito, Lira afirma que "A questão agora virou judicial", colocando no colo da Procuradoria Geral da República. Nesta balança dos rabos presos, aonde tenta equilibrar-se tanto Lira quanto Bolsonaro a desconfiança é a tônica.    

Nesse jogo de soma-soma só quem perde é o Brasil.

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