quinta-feira, 21 de maio de 2020

Um cadáver ainda insepulto

O presidente Jair Bolsonaro e seu governo lembram os reis da Idade Média cujo principal objetivo era cobrar impostos de camponeses pobres e defender-se de inimigos externos e internos. Muitos deles jamais colocavam os pés além dos limites dos castelos. Dentro deles nasciam e morriam. Alguns sofriam com doenças como a lepra ou a peste bubônica.
Há uma gangrena nessa administração cuja origem é o próprio Bolsonaro. Nem precisa fazer um paralelo com sua ida aos Estados Unidos, e que mais da metade da comitiva voltou contaminada com a Covid-19.
A podridão ficou à mostra com a demissão de Sergio Moro e tudo que disse no momento do pedido de exoneração. Um homem que exerceu por 22 anos a magistratura, ter sido juiz auxiliar no Supremo Tribunal Federal e ter colocado na cadeia o presidente mais popular do Brasil não sairia de forma que mais tarde, como é praxe,  o presidente pudesse humilhá-lo ainda mais, e pior já sem o cargo.

Demorou, mas criou consciência de que pertencia a um governo pestilento e de onde se originaria a doença foi espalhando caroços pelo chão como na historinha de João e o Pé de Feijão. Foi quando, parecendo meio sem querer falou sobre a existência de certo vídeo e de uma reunião de ministro.
Moro é um enxadrista, que até o momento se porta como o “dono do inquérito”, mas que já prepara o tiro de misericórdia nesse putrefato governo. Ao requisitar a divulgação do vídeo em que ele alega ter sido o motivo de sua demissão, estaria ali a prova de que o presidente teria cometido crime ao dizer que trocaria o superintende da Polícia Federal, o Diretor-Geral e até mesmo o ministro da Justiça, ele tenta enquadrar todos que estavam naquela reunião e se esquivaram de tomar uma posição mais altiva, mesmo quando Moro se retirou da reunião.
Ao fim e ao cabo, Moro afirma que todos os demais ministros cometeram crime de prevaricação ao se calarem diante de um crime evidente cometido pelo presidente. Nesse caso, todos os ministros prevaricaram, dentre os ministros, apenas um agiu corretamente. O cadáver não poderia continuar insepulto, Moro jogou a pá de cal. Adeus peste.











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