segunda-feira, 15 de junho de 2020

Os moderados liderarão

Difícil saber até qual capítulo vai chegar a novela sobre a possível demissão do ministro da educação Abraham Weintraub.  Isso depende muito do autor. Pede-se prudência quando se sabe que o dono da caneta que faz o roteiro é Bolsonaro. A guilhotina parece bem próxima, mas não é certa.

A demissão deve acontecer, mas não pelos motivos certos: péssimo desempenho à frente da pasta de um ministro e que tropeça na língua portuguesa como um bêbado no paralelepípedo. Mas porque Bolsonaro não permite que alguém brilhe mais do que ele. Weintraub agrada parte da ala mais sectária.

As mesmas que saem às ruas com faixas com pedido para fechar o Congresso. Ou simulam bombardeio ao Supremo Tribunal Federal com fogos. Os estilingues estão a postos. Aos poucos o elástico da democracia vai se esgarçando. 

Ao ver a quantidade de pessoas dispostas a encarar a pandemia indo às ruas vê-se que a ala dos prudentes é maior do que os que são contra e dos que são a favor de Bolsonaro.

A impressão é que as pessoas estão de cansadas de extremismo. Goethe já dizia: “se os macacos experimentassem o tédio, poderiam tornar-se gente.” Quem sabe não estamos dentro de um processo do tipo “ócio criativo” propagado por Domenico de Masi e que nos salvará do extremismo?

A resposta parece está com os moderados. Acreditar que Rodrigo Maia irá pautar ao menos uma das três dezenas de pedidos de impeachment que dormitam na sua gaveta seria ingenuidade. Afinal, ele continua a ser o “Botafogo” da planilha da Odebrecht.


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