Os não
raros erros do governo Bolsonaro nesses quase 12 meses de combate ao Coronavírus que soma um festival
de episódios vergonhosos além barbeiragem na diplomacia, agora temos que encarar mais um ato
deprimente: os fura-filas de uma vacina que já se sabe será insuficiente para
vacinar todos da linha de frente.
Mal tinha começado a vacinação e ao menos quatro estados já haviam denuncias dessa esperteza criminosa. Não foi nem preciso investigar, a sensação de impunidade e um narcisismo desenfreado fizeram eles mesmo publicarem fotos nas redes sociais.
Repetiu-se
casos em Mesquita e Itaboraí, inclusive, nesse último, com pedido de demissão
do secretário de saúde do município por não concordar com a furação de fila.
A vida em
comunidade há muito vem perdendo o sentido, onde o coletivo deria vir sempre adiante das escolhas individuais.
É fenômeno da pós-modernidade, tema fulcral dos estudos do sociólogo polonês
radicado na Inglaterra Zygmunt Baumman, junto com suas teses sobre sociedade
líquida.
No país dos
espertos, não há diferença entre os que furam a fila da vacina dos que saqueiam
caminhões nos grandes centros sem sequer socorrer o motorista.
O homem
cordial de Sergio Buarque de Holanda parece ter cedido espaço para o brasileiro
vigarista pós-moderno. Espera-se que esses “espertos” e seus facilitadores
sejam exemplarmente punidos.
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