sábado, 23 de janeiro de 2021

Brasileiro: antes de tudo, um vigarista

 É claro que existem raras e louváveis exceções, mas é preciso afirmar: o brasileiro é antes de tudo um vigarista. E infelizmente a crise humanitária que nos assola em forma de pandemia corrobora mais uma vez para essa triste sina. A presença da lei de Gerson é viva na maioria de nós.

Os não raros erros do governo Bolsonaro nesses quase 12 meses  de combate ao Coronavírus que soma um festival de episódios vergonhosos além barbeiragem na diplomacia,  agora temos que encarar mais um ato deprimente: os fura-filas de uma vacina que já se sabe será insuficiente para vacinar todos da linha de frente.

Mal tinha começado a vacinação e ao menos quatro estados já haviam denuncias dessa esperteza criminosa. Não foi nem preciso investigar, a sensação de impunidade e um narcisismo desenfreado fizeram eles mesmo publicarem fotos nas redes sociais.

Repetiu-se casos em Mesquita e Itaboraí, inclusive, nesse último, com pedido de demissão do secretário de saúde do município por não concordar com a furação de fila. 

A vida em comunidade há muito vem perdendo o sentido, onde o coletivo deria  vir sempre adiante das escolhas individuais. É fenômeno da pós-modernidade, tema fulcral dos estudos do sociólogo polonês radicado na Inglaterra Zygmunt Baumman, junto com suas teses sobre sociedade líquida.

No país dos espertos, não há diferença entre os que furam a fila da vacina dos que saqueiam caminhões nos grandes centros sem sequer socorrer o motorista.

O homem cordial de Sergio Buarque de Holanda parece ter cedido espaço para o brasileiro vigarista pós-moderno. Espera-se que esses “espertos” e seus facilitadores sejam exemplarmente punidos.

 

 

  

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