quarta-feira, 28 de abril de 2021

Brasil, Índia e seus extermínios programáticos

 Neste momento Brasil e Índia têm mais semelhanças do que apenas o gosto por roupas coloridas: tem caminhões de corpos vítima da Covid 19.

Em comum, ambos apostaram na efetividade da Hidroxicloroquina como cura para os males do Coronavírus.  O Brasil chegou a importar 500 milhões em matéria prima, após Bolsonaro se humilhar ao primeiro-ministro da índia, Narendra Modi, para adquirir o princípio ativo e enfiar nos laboratórios do Exército onde estão estragando, sem uso. A segunda tentativa veio com a reprovação, pela Anvisa, da vacina indiana Covaxin.

De erro em erro a população de Brasil e Índia vêm sendo dizimadas pelo vírus. Impressionante a cremação de corpos expostos nas ruas das cidades indianas. Mas não menos impressionante foram brasileiros morrendo asfixiados em Manaus por pura incompetência de um governo que deveria coordenar as ações.

Mesmo com a liberação de verbas aos estados, era evidente que deveria ter uma coordenação. De que adianta o repasse de verbas (que, diga-se, não é benevolência do governo federal, mas obrigação constitucional já que o dinheiro é dos estados) se não tiver quem oriente? Um exemplo: De que adianta abrir leitos se não temos profissionais especializados médicos, enfermeiros e toda uma gama de pessoas necessárias?

A confissão do general Ramos de que teve de tomar a vacina escondida do chefe é mais uma tapa na cara da população. “Quero viver, pô”, mas quem não quer viver, general? Essa é a questão: a importância que o senhor dá a sua vida (o que não poderia ser diferente), o governo ao qual faz parte ignora essa mesma importância aos demais brasileiros.

Fica a esperança de que a CPI da Covid investigue todas as ações ou omissões tomadas por quem quer seja.  Como bem lembrado pelo relator Renan Calheiros “ Crimes contra a humanidade não prescrevem.”  A continuar assim, veremos Bolsonaro e seu séquito dentro de um cercadinho de vidro, em Haia, na Holanda, respondendo por seus crimes ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

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