terça-feira, 27 de abril de 2021

O roto e o esfarrapado

 Num determinado momento ao qual não me recordo, ouvi a seguinte frase: “o mundo não tem outro motivo para ser redondo a não ser para dar volta.” Dia a dia temos exemplo disso.

A Justiça decidiu, em primeira instância, que o senador Renan Calheiros não vai poder relatar a CPI da Covid. Evidentemente, uma intromissão de um juiz, e já derrubada pelo TRF-1.

O governo Bolsonaro merece uma CPI cuja relatoria esteja altura dele. Renan Calheiros, com seus 17 processos transitando pelo STF, parece o nome perfeito. Um nome tão ou mais questionável quanto os Bolsonaro. Difícil imaginar um senador comprometido com a verdade relatar um processo assim.

Para esse trabalho é necessário chafurdar. Só pratica essa ação, quem tem como hábito mergulhar cotidianamente. Desde Collor, Renan participou intensamente de todos os governos. Inclusive fora até ministro da Justiça. Lambuzou-se no Mensalão petista, no Petrolão lulista. Essa CPI não pode mesmo ser relatada por qualquer outro, senão Renan.

Lembra um morador ilustre do zoo do Rio, o chimpanzé Paulinho, que ao perceber o público enchia a mão das próprias fezes e tentava acertar às pessoas, sem se dá conta de que suas mãos também estavam sujas. Mas era um chimpanzé.

A vantagem de ter um Renan à frente de uma CPI como esta, é acompanhar no grau máximo a desfaçatez de quem deveria estar preso fazendo juízo de quem também deveria estar preso.

O brasileiro médio acompanha com curiosidade. Renan sendo alçado como garantidor da lei, mas tem como limitador o próprio presidente. Não passam de anões, quando assunto é moralidade.

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