Se levarmos em consideração o mais novo escândalo- este governo está cheio deles- pode-se afirmar que o que sempre esteve em voga sobre a aquisição de vacinas não era o negacionismo, mas o “negocionismo.”
Os escândalos se sucedem tão rapidamente e em tamanha profusão que o direito à dúvida apodrece antes mesmo de nascer. Nesta terça, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciava o cancelamento, três meses depois, do contrato da compra da indiana Covaxin, à noite ficamos sabendo que o governo Bolsonaro cobrou 1 dólar por dose da fabricante Pfizer.
Esse governo, ao abrir espaço para o centrão para evitar o
impeachment, caiu na vala comum; a que cria dificuldade para vender facilidade.
Vai chegar o momento que nem a esposa do presidente da Câmara, Arthur Lira, que
é grande fã de Bolsonaro irá conseguir evitar a aceitação da centena de pedido
de afastamento do presidente.
A CPI agora tem material de sobra para investigar. O
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que só irá decidir se prorroga a
Comissão quando ela estiver perto do fim.
Segundo ele “a CPI pode chegar a uma conclusão antes do fim do prazo.” Quem
torce muito para isso também é o PGR, Augusto Aras, de olho na vaga ao STF que
vai se abrir com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, caso o Senado rejeite o nome de André Mendonça malquisto na Casa.
Nessa terça, o subprocurador da República, Humberto Jacques de
Medeiros tentou uma saída menos desonrosa para a determinação da ministra Rosa
Weber, relatora do pedido feito por três senadores, para abertura de
processo contra o Bolsonaro por prevaricação.
Humberto Jacques respondeu a Rosa Weber que não seria conveniente duas
investigações do mesmo caso, já que a CPI continua a investigar, e que seria
mais propício aguardar o desfecho da Comissão.
De escândalo em escândalo o que vemos é um Bolsonaro cada
vez mais fraco, que grava vídeo na madrugada, colocado nas cordas por um
deputado que o chantageia publicamente. Nem seus seguidores mais fiéis consegue
um discurso. As cortinas de fumaça, como demissão de ministro, não mais tem
efeito. Agora é tocar o barco, porque vai ser difícil sair dessa maré. A água bateu
na bunda.
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