terça-feira, 29 de junho de 2021

Sergio Moro de alma lavada

 Em filosofia, uma designação tradicional de verdade diria que é aquilo que permanece inalterável a quaisquer contingências. Nunca esse conceito foi tão necessário para o Brasil. Um país tomado por mentiras e meias verdades, que no final acaba sendo uma mentira inteira.

Durante muito tempo uma frase ecoou “faça sempre a coisa certa” o autor dessa frase hoje deve estar de alma lavada com os desfechos que a Justiça, através do Supremo Tribunal Federal vem perpetrando ao país.

A frase que diz que quando a política entra nos tribunais a Justiça sai pela porta dos fundos nunca esteve tão atual. Há mais de dois anos quando Gilmar Mendes se tornou o juiz prevento da ação que julga excesso cometido pela Operação Lava Jato, o país vem experimentando, mais do que simplesmente transformar ficha corrida de criminosos em currículo, o que vem acontecendo é a destruição de todo arcabouço punitivo.

Já disse aqui neste espaço, que os excessos da Lava Jato deveriam ser punidos. Mas o que vemos é uma vingança contra juízes e procuradores. Talvez por eles “terem ido longe demais.” Alguém pode achar normal um juiz não se declarar suspeito quando julga processo que envolve ele mesmo? Estavam perto de pegar Toffoli, cuja mulher é acusada de receber milhões em propinas.

A decisão do ministro Ricardo Lewandowski proibindo a Justiça Federal de poder usar dados do acordo de leniência da Odebrecht no caso do Instituto Lula é mais um golpe não apenas na Lava Jato, mas em cada cidadão que agora tem mais motivo para continuar a desacreditar na Justiça.

Fica patente que principal Tribunal do país, em particular a Segunda Turma, foi tomado pela política, cujo maior beneficiado é o ex-presidente Lula. No entanto, essa cruzada para tentar provar a inocência de Lula pode ser um fator de desgaste caso seja candidato do PT a Presidência, (e é).

De tanta defesa, centenas de pedidos de HC até acharem o “juiz certo”, tornou-o um paciente indefeso. Quando a campanha mostrar que essas quantidades de recursos são apenas para poucos privilegiados, e o não reconhecimento nem pedido de perdão, a vaca já pode ir caminhando para o brejo. Não adianta forçar barra obrigando o eleitor decidir entre Bolsonaro e Lula. O pensamento binário de que as eleições serão plebiscitárias arrefece quando apontado o número de pessoas que não querem nenhum dos dois.

Na verdade, olha ela aqui outra vez, se tem um brasileiro que está de alma lavada porque teve a capacidade, sagacidade e inteligência e continuar a fazer a coisa certa é Sergio Fernando Moro.

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