A natureza de tempos em
tempos nos coloca, todos nós animais, no devido lugar. A lição é doída. O
chicote é longo. O aprendizado por nossa parte parece ser lento. Talvez pela
inepta percepção de que nós é que a preservamos quando na verdade é ela que nos
suporta: até quando?
Passados sete anos da
maior catástrofe, cuja origem fora a inapetência dos administradores à época,
mais uma vez o município fica à mercê da indiferença. E outra
vez tem de ouvir autoridades culparem a boa e velha natureza.
Para eles, a vilã responsável
pelas tragédias que se repetem dia após dias toda vez que chove um pouco mais
forte é...pasmem, a própria chuva. Como se desde os primeiros tempos da nossa civilização,
a Bíblia já falava de Noé e o dilúvio, fenômenos como esses não acontecessem.
Especialista no assunto, o professor geógrafo e climatologista Péricles Gomes, publicou estudo a respeito desses fenômenos. É claro que também apontou o aquecimento global como um dos responsáveis por climas extremos. Mas principalmente, demonstrou que a falta de compromisso das autoridades está diretamente ligado às tragédias. O estudo sobre microclima, em que pesquisou parte do principal rio da Cidade, o Abel, concluiu que aonde as matas ciliares estavam preservadas não aconteciam assoreamentos. Estudos importantes como esses foram ignorados por nossos administradores.
Ademais a credibilidade
das autoridades, diferentemente das águas, vão para o ralo. Moradores e
empresários deveriam processar a prefeitura por danos materiais e morais. Qual
empresário quererá investir numa cidade que não oferece o mínimo de
infraestrutura? Ou que não dá garantia aos munícipes de que vai encontrar sua
casa de pé quando retornar do trabalho. Alguém colocaria seus investimentos num
negócio que literalmente poderá ir por água abaixo?
São perguntas que necessitam
de respostas. Não dá culpar a natureza. Temos de fazer com as estações de
esgoto de fato funcionem.
Fica aí uma dica para o
novo prefeito, Glauco Kaizer, conserte a infraestrutura da cidade. Mais
empresas virão. Menos pessoas perderão suas vidas e suas casas.
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