quinta-feira, 23 de junho de 2022

A hipocrisia e os chupins da democracia

 É louvável para uma mulher negra, que teve de trabalhar como doméstica para se formar numa universidade chegar ao poder em um importante país da América Latina. Todos que trabalham pela inclusão devem ficar felizes num momento como este. A eleição da advogada  Francia Marquez na Colômbia como vice-presidente é um alento para todos que se entendem como democratas.

Particularmente no Brasil, a esquerda está eufórica. Não poderia ser diferente. Teriam razão completa se não fosse um senão: já tivemos uma mulher com todas essas características como candidata, e o principal partido de esquerda do Brasil, o PT, preferiu destruí-la.

Marina Silva, essa mesma que agora Lula quer convencer a apoiá-lo, tem história de vida tão parecida ou ainda mais marcante que a de Francia Marquez.

Nesse momento recheado de hipocrisia, a memória (falha?) dos que a acusaram, caso fosse eleita, tiraria a comida do prato dos brasileiros, uma horrenda orquestração na campanha para não apenas  escanteá-la, mas para destruir sua reputação. Uma mulher íntegra que passou por todo tipo de dificuldade que a nossa sociedade excludente pôde impor.

Nem o PSOL, satélite do PT, parece ter se importado para isso. Essa esquerda carcomida, que funciona como rebanho e não se permite individualmente uma crítica, têm medo do cancelamento. Nem sequer se perguntam se é coerente apoiar um candidato como Lula. É claro, estão lutando contra o fascismo e pela democracia, a memória seletiva obnubilar-se que o Mensalão foi uma das piores ações contra essa mesma democracia que juram, pasmem,  combater por ela.  

Se de fato quisessem um candidato de esquerda, melhor seria apresentá-los Ciro Gomes. Dizer que vão votar em Lula para restaurar a democracia é conversa fiada. É não querer confessar que passam pano para a corrupção.

É disso que Marina fala, não tem como querer chegar ao poder sem reconhecer seus erros.  Tivemos a chance de eleger uma mulher negra, ex-doméstica, honesta e inteligente. Mas Lula preferiu Dilma. Essa esquerda é formada por chupins da democracia.

 

 

 

segunda-feira, 28 de março de 2022

Faetec Queimados oferece pré-vestibular gratuito

 Uma ótima oportunidade para os moradores de Queimados e adjacências que querem prestar vestibular, mas não tem aquela grana para realizar um pré-vestibular.

Estão abertas as inscrições para o curso Pré-Vestibular Social (PVS) Cecierj – Extensivo 2022. A Rede Faetec firmou uma parceria com a Fundação Cecierj e algumas de suas unidades são espaços para o curso preparatório.  9.480 vagas disponíveis. As inscrições vão até 02 de abril.
 São 10 unidades disponíveis com o curso, sendo elas: Búzios, Cabo Frio, Mangaratiba, Pinheiral, Queimados, Silva Jardim, Tanguá, Carmo, Lage de Muriaé e Iguaba Grande.

Inscreva-se  https://www.cecierj.edu.br/pre-vestibular-social/estude-no-pvs/edital-alunos-pvs-2022/

quarta-feira, 23 de março de 2022

Governo do estado vai estender Via Light até Queimados

 Parece que uma das obras mais esperadas por moradores da Baixada deve mesmo sair do papel: a ampliação de mais 12km da Via Light, anunciado pelo  governador Cláudio Castro ano passado, e confirmado durante audiência pública nessa terça-feira. A obra faz parte do programa PactoRJ.

Essa expansão, que vai ligar Nova Iguaçu a Queimados tem  orçamento previsto de  R$ 730 milhões aos cofres fluminenses. O projeto foi apresentado ontem pelo Governo do Estado. A obra é considerada uma das mais importantes do programa PactoRJ.

O projeto prevê a ampliação de mais de 12km da Via Light entre a Rodovia Presidente Dutra, no acesso a Queimados, e a Avenida Roberto Silveira, em Nova Iguaçu.

De acordo com a apresentação serão construídos sete viadutos e seis passarelas. Vinte e três torres de alta tensão da Light devem ser remanejadas. A previsão é que o novo trecho beneficie cerca de um milhão de moradores na Baixada Fluminense.

domingo, 6 de março de 2022

A eleição da hipocrisia contra as mulheres

Foi, no mínimo, uma declaração repugnante proferida pelo deputado estadual Arthur do Val de São Paulo, mais conhecido com “Mamãe Falei”, sobre as mulheres ucranianas. Não importando se num grupo de amigos ou na mesa de um bar. Que o levou a renunciar a sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, e causou revolta por todo o país.

Mas, a bem da verdade, ele, infelizmente não é o único político a difamar as mulheres. Há um longo histórico de homens que estão, estiveram e pretendem estar na disputa eleitoral deste ano.

O presidente Jair Bolsonaro encabeça a lista de agressões e declarações contra as mulheres, com 13. Para rememorar cito apenas duas: uma contra a deputada Maria do Rosário do PT “ você é tão feia que nem merece ser estuprada” , outra foi dizer que usava o apartamento funcional  para “comer gente.”

Líder nas pesquisas, Lula também não poupou as mulheres do próprio partido quando afirmou que elas, para terem coragem, deveriam ter “grelo duro” ou  ainda chamar a ministra do Supremo, Rosa Weber, de covarde.

Outro que se soma na relação de frases machistas é Ciro Gomes ao afirmar que a principal função de Patrícia Pilar na campanha era “dormir com ele.” Não dá para esquecer as surubas patrocinadas por João Dória

Arthur do Val teve um comportamento vil, principalmente quando se sabe que o estupro é uma das principais armas de conquistadores para humilhar os derrotados. Numa guerra, mulheres e crianças são as principais vítimas. Foram assim na invasão japonesa à China e Coréia, os soviéticos na Alemanha, os americanos no Oriente Médio, e no Kosovo apenas para ficar em alguns desses vergonhosos e covardes atos. Muitos filmes mostram essas atrocidades.

Mamãe Falei usou os coquetéis molotov que confeccionou para explodir sua própria carreira política, de carona, abalar o Movimento Brasil Livre (MBL).

É justo e compreensível, não poderiam ser diferentes, as críticas sobre o deputado. Mas para ser honesto é necessário, para não parecer hipócrita, fazer uma reflexão sobre o que falam e como agem aqueles que deseja governar o país.

Neste momento, Simone Tebet, por óbvio, e Sergio Moro, estão saindo incólume nesta sujeirada  machista, que muita gente prefere passar panos quentes.

 


sábado, 19 de fevereiro de 2022

O gibi de Lula

 Sim. E é sério. O Partido dos Trabalhadores acaba de lançar uma revista em quadrinhos chamada “Lulinha”. O intuito da publicação é tentar desfazer, como fez parte da Justiça, e de advogados bem remunerados a pecha de corrupto do candidato à presidência. 

Não se sabe ainda se o intento será bem-sucedido. E isso por uma série de fatores. Um deles é contar com a memória falha dos brasileiros. Isso  porque um bom governo guarda resultados significativos: o de Itamar Franco nos legou o Plano Real, que consertou a política econômica por décadas, cujo PT fora contra; Fernando Henrique nos legou as reformas e estabilidade. Já o governo de Lula não durou sequer um mandato da própria sucessora. O período de “bem-estar social” foi apenas endividamentos das famílias, que sentimos até hoje. Bomba de efeito retardado.

Além disso, o “gibi”- não sei todos conhecem por esse nome- vai dar muito trabalho para seus editores. Um exemplo é o que disse certa vez o jurista e professor Joaquim Falcão. Em 2019, auge do desmantelamento da Lava Jato, ele contou a seguinte história, num jornal “O Supremo Tribunal Federal julgava um traficante de drogas. Preso com 30 quilos de cocaína. Na apreensão, ou durante o processo, uma autoridade teria cometido ato duvidoso diante da lei.

A defesa argumentou ofensa ao princípio de devido processo legal. Donde, in dubio pro reo. O debate no Supremo caminhava rotineiramente para a soltura e absolvição do traficante preso. Quando, surpresa, um ministro perguntou a seus colegas: E a cocaína? O que fazemos com os 30 quilos apreendidos?”

Neste momento repete-se a pergunta: o que faremos com o dinheiro da corrupção capturado em processos que vêm sendo anulados? Esse dinheiro é tão concreto quanto os quilos de cocaína. Em dezembro passado, a Petrobras informou que chegara ao final de 2021 com R$ 6,17 bilhões recuperados em acordos de leniência, repatriações e delações. Dinheiro da corrupção apanhada pelos dois principais ramos da Lava Jato, a de Curitiba e a do Rio. Reconhecido publicamente por um dos advogados que compõe o grupo de jurista intitulado “Prerrogativas,” aquele que promoveu o jantar para Lula e Alckmin, que agora miram a Lava Jato do Rio. Mas há outros processos de recuperação em andamento. A Petrobras informou que atua como coautora em 31 ações de improbidade administrativa e 85 ações penais vinculadas às diversas fases da Lava Jato. O redator do gibi Lulinha terá de ser muito criativo

A tática é a mesma: não provar a inocência dos clientes, mas anular os processos com base no que o professor Falcão chama de doença do processualismo. Estão transformando o princípio básico do processo legal, numa das principais garantias das pessoas em chicana.

O quadrinho é para as pessoas que não gostam de ler textão. Ou seja, deixem os processos de lado e fiquem com a seguinte narrativa, muito simples: não houve corrupção, Lula é inocente, culpado é o Moro.

A publicação admite que não houve sentença declarando Lula inocente, mas argumenta que a extinção dos processos é prova de inocência. É uma tentativa bizarr, mesmo porque as provas da corrupção – e o dinheiro – não desaparecem simplesmente porque algum juiz considerou o processo irregular. Trata-se, sem tirar nem por, do mesmo caso da cocaína. Os tribunais que estão liberando geral vão fazer o que com os bilhões capturados? A Petrobras terá que devolver os R$ 6,17 bilhões? Seria a consequência lógica. Se não houve um grande esquema de corrupção montado nos governos do PT e associados, se os processos foram extintos, então o dinheiro teria que ser devolvido aos seus “donos”. E já tem ex-réus cogitando disso.

Para o PT, entretanto, isso não é o essencial. A questão está nas eleições. Se Moro for candidato, é claro que vai colocar o tema no debate – e ele sabe muita coisa, tem muito documento e provas à disposição.

Por isso o PT se desespera e ataca tanto o ex-juiz. E por isso publica seus quadrinhos. Para ludibriar os eleitores.

 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Brasil: um país golpeado por vagabundos

 A “Vaza Jato” foi uma farsa a Jato é o que entendeu o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, ao arquivar o processo contra Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato acusados de investigarem indevidamente ministros do próprio STJ, cuja origem tinha sido as supostas conversas entre o ex-juiz e os promotores que investigavam os crimes contra a Petrobras roubada por hackers e sem ter sido periciada pela Polícia Federal. Com isso, foi reconhecido o golpe contra a operação que desmantelou o maior roubo de dinheiro público de todos os tempos comandando pelo Partido dos Trabalhadores e partidos aliados.

Agora, não apenas o STJ, mas parte da imprensa que se lambuzou com as dez frases pinçadas de um total de um terabyte de informação, mas o próprio Supremo, estão encalacrados sem saber o que fazer com Lula, Eduardo Cunha, Gedel Vieira e Gim Argelo todos soltos no vácuo da decisão que libertou o ex-presidente.

Como afirmou o ex-ministro Joaquim Falcão o Brasil vive uma “patologia processual” cujo intuito foi libertar o ex-presidente usando a anta que habita o Planalto, Jair Bolsonaro, como peçonha, como se o ex-presidente fosse o único capaz de derrotar Bolsonaro.

Essas pessoas deveriam pedir desculpas aos brasileiros que morrem todos os dias nas filas dos hospitais, nas milhares de crianças que sequer têm merenda escolar decente, aos milhares de professores que com seus salários de fome e que matam um leão por dia. É isto que a corrupção faz.

O Brasil foi golpeado num único instante em que os brasileiros puderam sonhar com um país mais decente. Com um salto civilizatório. E agora, José? Alguém vai pedir desculpas aos brasileiros? Quem sabe em outubro?

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Marcelo Freixo, o "infiltrado"

 O presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, acusou o deputado e candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo, de ser um infiltrado do Partido dos Trabalhadores (PT) dentro do PSB. A declaração veio logo depois de o deputado (PSB) dizer que era a favor da candidatura de Fernando Haddad (PT), ao governo do estado de São Paulo, mesmo com o partido tendo uma candidatura forte como à de Marcio França do mesmo partido de Freixo.

Lulista empedernido, o inferno astral do líder das intenções de votos ao governo está apenas começando. A troca de partido- PSOL pelo PSB-, para se tornar mais palatável aos eleitores parece estar fazendo água.

Se não bastasse Siqueira, outro que apontou a lança para Freixo foi o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que afirmou em entrevista ao jornal “Valor”, que “Lula não é fator relevante para esta eleição” e que ele estaria “de salto alto”. A intenção, claro, foi fustigar o deputado e chamar a atenção para a coligação PSD e PDT em torno da candidatura do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT).

Paes, em mais uma provocação, questionou a competência de Freixo por nunca ter assumido cargo executivo. Comparando-o a cantor e compositor Belchior.

“Freixo não tem qualquer experiência no executivo, como vai ajeitar a situação fiscal do estado, alguém que a vida inteira defendeu todo tipo de irresponsabilidade? Como vai atrair empresa alguém que a vida inteira disse que concessão e PPP (Parceria Público Privada) é uma desgraça do capitalismo mundial? E ironizou: “ A vida inteira quis essa imagem de rebelde, aquela coisa de Belchior, apenas um rapaz  romântico latino-americano sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo lá de Niterói, ou São Gonçalo, sei lá de  onde ele vem.”

Freixo retrucou afirmando que com ações assim “Paes divide o Rio onde não deveria dividir, na oposição a Bolsonaro.”

A realidade é que desde que deixou o PSOL, Freixo vem sinalizando uma guinada mais ao centro. Trilhando o mesmo caminho que Lula. A diferença é que, devido a insignificância do PT no Rio, essa parceria Freixo-Lula pode naufragar sua candidatura. Muito por conta da força de Paes nas áreas mais afastadas como a Zona Oeste, e a capilaridade do governador Cláudio Castro com o poder da máquina.

Resta a Freixo, não apenas ganhar a eleição, mas que em caso de derrota, repelir a pecha de  infiltrado-petista-Incompetente administrativamente, como seus adversários tentam imputar.

 

A hipocrisia e os chupins da democracia

 É louvável para uma mulher negra, que teve de trabalhar como doméstica para se formar numa universidade chegar ao poder em um importante pa...