Difícil saber até qual capítulo vai chegar a novela
sobre a possível demissão do ministro da educação Abraham Weintraub. Isso depende muito do autor. Pede-se prudência
quando se sabe que o dono da caneta que faz o roteiro é Bolsonaro. A guilhotina
parece bem próxima, mas não é certa.
A demissão deve acontecer, mas não pelos motivos
certos: péssimo desempenho à frente da pasta de um ministro e que tropeça na
língua portuguesa como um bêbado no paralelepípedo. Mas porque Bolsonaro não
permite que alguém brilhe mais do que ele. Weintraub agrada parte da ala mais
sectária.
As mesmas que saem às ruas com faixas com pedido para
fechar o Congresso. Ou simulam bombardeio ao Supremo Tribunal Federal com fogos.
Os estilingues estão a postos. Aos poucos o elástico da democracia vai se
esgarçando.
Ao ver a quantidade de pessoas dispostas a encarar a
pandemia indo às ruas vê-se que a ala dos prudentes é maior do que os que são contra
e dos que são a favor de Bolsonaro.
A impressão é que as pessoas estão de cansadas de
extremismo. Goethe já dizia: “se os macacos experimentassem o tédio, poderiam
tornar-se gente.” Quem sabe não estamos dentro de um processo do tipo “ócio
criativo” propagado por Domenico de Masi e que nos salvará do extremismo?
A resposta parece está com os moderados. Acreditar que Rodrigo
Maia irá pautar ao menos uma das três dezenas de pedidos de impeachment que
dormitam na sua gaveta seria ingenuidade. Afinal, ele continua a ser o “Botafogo”
da planilha da Odebrecht.
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