terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Duas quedas numa mesma moeda.

 

A quatro dias de um novo ano, a frase que me vem à cabeça foi aquela atribuída a Tom Jobim “ O Brasil não é para principiantes.” Somos useiros e vezeiros em realizar previsões do passado. Pitonisas do que já foi.

No limiar de um ano novo, nós brasileiros não conseguimos sequer ter esperança. Até isso roubaram de nós. A sensação é de um hamster a correr em sua roldana sem sair do lugar. São filmes repetidos. Não importa qual canal esteja. O controle não está com você. Está no discurso.

Após 365 de angústia, mostra que ser bolsonoristas e lulistas é mais do que ideologia: é desvio de caráter. Lados opostos da mesma moeda.

Ambos têm ares de arrogância e presunção. Lula ao incetivar seu nome à disputa de 2022. É árvore frondosa, que com a sua sombra não deixa que nada nasça em volta. Mesmo com toda manobra para  acabar com a Lei da Ficha Limpa, será difícil. Lulistas negam que seria o antipetismo o maior responsável pela eleição de Bolsonaro. As pesquisas desmentem o comissariado.

Do outro lado da moeda, Bolsonaro inflama seus 15% de seguidores fieis a fustigar o petismo para que essa polarização permaneça em  efervescência, porque um Lula forte é bom para o bolsonarismo. Está em voga um neologismo: bolsopetismo.

Hoje, o nome mais odiado por Bolsonaro é João Doria, que vem antagonizando desde o início da pandemia, que teve sucesso com a vacina comprada pelo estado de São Paulo da China.

O trabalho de um ano fez água, deixou margem a desconfiança de que fechara o estado, logo a pós a eleição, e fora curtir em Miame, local menos restritivo. Não adiantou ficar menos de 24h, urgenciado pela contaminação por Covid-19 de seu vice. As desculpas, com direito a imagem de Nossa Senhora providencialmente ao lado do computador, não apagarão da cabeça das pessoas, seu senso de superioridade.

Se não bastasse o festival de horror. Um país com mais de 14% de desempregado, pessoas passando fome, Covid-19 matando aos milhares, e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, aceita sem titubear um aumento no próprio salário de 47% chegando quase aos 40 mil mensais.

Isso mostra que o Brasil é um país é um paciente em estado terminal. Com pragas tão ou mais mortal que a Covid-19 que é a nossa atual urgência. O Brasil não mesmo para principiante.

 

 

 

 

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