Palavras muito inconvenientes
Sim, Lula foi condenado em três instâncias no caso
tríplex, e no processo do sítio de Atibaia em duas. Não importam quantos
subterfúgios o batalhão de advogados e as centenas de habeas corpus, com auxílio de supremos amigos e o
luxuoso "plus" da OAB possam encontrar, a constatação é que ocorreu o
crime.
Caso seja anulada a pena de Lula fica como herança um
nó difícil de desatar: se não houve crime, o quê fazer com as delações
ocorridas e os bilhões recuperados pela força-tarefa?, o mais correto seria
devolvê-los aos “inocentados.”
A operação Lava Jato não morreu, foi assassinada com requintes de crueldade. Você começa a se dá conta do atoleiro que o Brasil se meteu quando gente da envergadura moral de Renan Calheiros comemora efusivamente.
De posse dos áudios, Lula agora detém boa parte dos
podres de seus adversários políticos. O ex-presidente nunca foi um inocente
preso, mas será sempre um criminoso liberto. Inventar uma hidrelétrica como a
de Belo Monte, cuja ameaça ao meio ambiente e povos do Xingú são reais, e a
empresa de plataforma Sete Brasil apenas para bancar campanhas, é difícil de
serem esquecidos. Mas no Brasil, dependendo de quem fala é mais importante do
que o quê foi dito.
O próximo passo é querer destruir Sérgio Moro e os
procuradores responsáveis pela Operação, se aceite ou não, o país foi tomado
por uma lufada de decência e justiça num país tomado pela corrupção. Agora com
o reforço de Jair Bolsonaro e seu escudeiro Augusto Aras, nomeado para acabar,
por ordem do presidente, com a operação, que já estava perto de pegar o 01. O
PGR deveria corrigir exageros, não exterminá-la.
Objetivo é claro, continuar com o país binário e levar
para as eleições de 2022 o replay de 2018, quando PT e Bolsonaro chegaram ao
segundo turno. Fica claro no voto do ministro indicado por Bolsonaro, Nunes
Marques. O tiro pode sair pela culatra. Moro pode sair como o perseguido.
Bolsonaro, o principal responsável pelas mais de 230
mil mortes, brinca com o povo, seus sequiosos, que o apoiam a soldo, uma
campanha nacional de vacinação: sem vacina.
Última pesquisa XP/Ipespe mostra que Moro é o único a
vencer Bolsonaro num possível segundo turno, caso o ex-juiz aceite ser
candidato.
Esse cenário interessante serviria para saber até que
ponto Bolsonaro é odiado pela esquerda, principalmente para aquela que tem
bandido de estimação.
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