O discurso sobre o uso da
substância chamada Hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 se tornou um
mantra na boca do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a fixação pela droga passa
longe da convicção e pode esbarrar num crime de responsabilidade. O grande
temor de Bolsonaro.
A priorização absoluta da
economia em detrimento da saúde, como se os dois campos pudessem ser separados
já que morto não consome, a pessoa precisa estar viva, fez com que o presidente
antecipasse de forma açodada, como é sua característica, e anunciasse a compra
de quase uma tonelada de matéria prima para a fabricação da Cloroquina e
repassadas para os laboratórios das Forças Armadas.
Para que o leitor tenha
uma ideia, o Exército partiu de 150 mil comprimidos semanais para quase 1 milhão. Já tem em estoque 2,2 milhões de comprimidos. No dia 9 de abril, Bolsonaro fez um post agradecendo ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pela facilitação no embarque da substância.
Após movimentar todo o
governo para tentar emplacar o uso generalizado da substância, que sequer teve
o aval de qualquer país mais sério e livre de bravata, chegou a hora de desovar
a droga. E nada melhor que num povo sem hospitais, com fome, desamparado e com
medo.
O crime de responsabilidade
está aí: ter comprado substância sem que tenha qualquer comprovação científica,
pelo contrário, pode causar mais mal que bem.
Perfeito!
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