terça-feira, 26 de maio de 2020

O ovo da serpente

 Claudio Costa Rosa

Os indícios de desvio de verbas no combate à pandemia no Rio e suspeitas que recaem sobre um contrato de 770 milhões de reais assinado pelo governo do estado com o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), para construir e gerir os hospitais de campanha destinados aos pacientes da Covid-19 é o principal alvo da ação da Polícia Federal nas casas e escritórios de pessoas ligadas ao governo. Com destaque para o governador Wilson Witzel, O ex-secretário de saúde, Edgar Santos, e o subsecretário, Gabriel Neves nesta manhã.

A operação acontece um dia depois de a deputada aliada do presidente da República, Carla Zambelli, dizer numa entrevista à Rádio Gaúcha que a PF tinha operação pronta e que governadores já estavam sendo investigados.

Causa estranheza, segundo especialistas, que a primeira ação importante da PF seja justamente contra um adversário político e do berço eleitoral do presidente.

Em 1977 estreava o filme "O ovo da serpente", que tratava do início do nazismo, ambientado na Alemanha da República de Weimar (1925-1933) pouco antes da ascensão de Hitler. Estamos na aurora de um estado policial como Reich? Ou a venezuela? Quem sabe Mussolini?

Outro fator que reforça o possível viés político é que Witzel teria encabeçado o grupo formado pelos governadores no pedido de impeachment de Bolsonaro. Refutado por não ter havido consenso.

Cabe, então, a cada uma das partes responderem pelas acusações. O que não pode é gestar um estado policialesco. O ovo da serpente deve ser esmagado.

 


 


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