A esperteza, quando é demais, acaba engolindo o esperto. Frase atribuída a Tancredo Neves sempre fez todo sentido no Brasil, especialmente neste momento.
Esperteza um: Ontem aconteceu o “Silence Day” um
movimento promovido pela extrema-direita norte-americana e pela brasileira por
meio das redes sociais. A iniciativa convidava as pessoas a deixarem de utilizar
os principais aplicativos. Não curtindo, não comentando e não compartilhando. Com
o objetivo de promover apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
que teve os perfis suspensos por divulgação de mensagens falsas, que
estimularam seus apoiadores a invadir o Congresso dos EUA.
A cortina de fumaça não funcionou a contento. Tivemos
um dia marcado de protestos, panelaço em a menos 12 capitais, pedidos de impeachment
recordes na rede. Enfim, a extrema-direita perdeu o discurso e a capacidade de
esconder.
Esperteza dois: A pataquadada sobre a vacina indiana,
mais uma, desenvolvida pelo governo brasileiro é de fazer qualquer pessoa jogar a toalha. A esperteza, ou golpe, do
avião pronto para partir não deu certo com o governo de Narendra Modi. O fato
de o Brasil ter comprados milhões em insumos ano passado para produzir
Cloroquina não sensibilizou o governo indiano, que como qualquer governante de
bom-senso, prioriza salvar seu povo.
Esperteza três: Apostando na ineficácia da Coronavac cujo apelido “Vachina” proliferou na horda negacionista, disse, em agosto do ano passado que não compraria a “vacina do Doria” deflagrando uma nova guerra da vacina e que poderia ter antecipado e poupado milhares de vidas. Pior, com isso destruiu uma das poucas coisas que o brasileiro deveria se sentir orgulho: nosso sistema vacinal onde igualam ricos e pobres. Agora, humilhado, o vassalo e arremedo de ministro da saúde anuncia que quer comprar todas as vacinas de São Paulo, inclusive as que os paulistas deverão tomar.
É história se repetindo como farsa, o mundo todo ri de
nós. Bolsonaro conseguiu regredir o país dois séculos. Transformou o Brasil no porto da morte,
quando estrangeiros evitavam aportar por aqui por receio de doenças. O descaso
fez proliferar uma nova cepa do vírus e que Pazzuelo espalha por todo o país: mais contagiante e mais mortal.
A esperança que fica é que a Justiça seja tão implacável
quanto certamente será a história para esses malfeitores.
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