sábado, 16 de janeiro de 2021

Esperteza de tirar o fôlego

 A esperteza, quando é demais, acaba engolindo o esperto. Frase atribuída a Tancredo Neves sempre fez todo sentido no Brasil, especialmente neste momento.

Esperteza um: Ontem aconteceu o “Silence Day” um movimento promovido pela extrema-direita norte-americana e pela brasileira por meio das redes sociais. A iniciativa convidava as pessoas a deixarem de utilizar os principais aplicativos. Não curtindo, não comentando e não compartilhando. Com o objetivo de promover apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que teve os perfis suspensos por divulgação de mensagens falsas, que estimularam seus apoiadores a invadir o Congresso dos EUA. 

A cortina de fumaça não funcionou a contento. Tivemos um dia marcado de protestos, panelaço em a menos 12 capitais, pedidos de impeachment recordes na rede. Enfim, a extrema-direita perdeu o discurso e a capacidade de esconder.

Esperteza dois: A pataquadada sobre a vacina indiana, mais uma, desenvolvida pelo governo brasileiro é de fazer qualquer pessoa  jogar a toalha. A esperteza, ou golpe, do avião pronto para partir não deu certo com o governo de Narendra Modi. O fato de o Brasil ter comprados milhões em insumos ano passado para produzir Cloroquina não sensibilizou o governo indiano, que como qualquer governante de bom-senso, prioriza salvar seu povo.

Esperteza três: Apostando na ineficácia da Coronavac cujo apelido “Vachina” proliferou na horda negacionista, disse, em agosto do ano passado que não compraria a “vacina do Doria” deflagrando uma nova guerra da vacina e que poderia ter antecipado e poupado milhares de vidas. Pior, com isso destruiu uma das poucas coisas que o brasileiro deveria se sentir orgulho: nosso sistema vacinal onde igualam ricos e pobres. Agora, humilhado, o vassalo e arremedo de ministro da saúde anuncia que quer comprar todas as vacinas de São Paulo, inclusive as que os paulistas deverão tomar.

É história se repetindo como farsa, o mundo todo ri de nós. Bolsonaro conseguiu regredir o país dois séculos. Transformou o Brasil no porto da morte, quando estrangeiros evitavam aportar por aqui por receio de doenças. O descaso fez proliferar uma nova cepa do vírus e que Pazzuelo espalha por todo o país: mais contagiante e mais mortal.

A esperança que fica é que a Justiça seja tão implacável quanto certamente será a história para esses malfeitores.

 

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