terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Igor Lima: Um estudante forjado no fogo da superação

 Ele apenas sonha em se formar

Num futuro próximo, você poderá ter tua justa causa julgada pelo juiz Igor Lima; ou ainda tê-lo como defensor público; ou promotor, para colocar malfeitores na cadeia. Mas há um, porém: ele primeiro precisa se formar numa das mais importantes instituições de Direito do Brasil, a Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Igor Lima, morador de Queimados, na Baixada Fluminense, e tem paralisia nos membros inferiores, corre o risco de não realizar o sonho de se formar em Direito, se não conseguir recursos para concluir o curso que já está indo para o nono período.

Pensando nisso a mãe, dona Rogéria; junto com o estudante criaram uma “vaquinha” virtual, uma conta na internet para receber doações clique aqui e garantir a permanência.

Embora o intuito da vaquinha seja o transporte ida e volta à universidade, no entanto, o objetivo não se resume apenas a isso, como explica o próprio Igor “Algumas pessoas podem questionar: ah... está na pandemia então não precisa de dinheiro, mas o foco no transporte é desde 2016. No entanto o espírito primordial é: Ajudar na permanência na universidade. Quer dizer transporte, alimentação, material didático tudo voltado para a parte de educação. Hoje, quem abrir o site vai aparecer que tem determinada quantia, mas tenho muito menos que isso. O portal não diminui as retiradas”, explica, o universitário.

A luta desse jovem lembra muito outras pessoas com deficiência das periferias brasileira. Abandonado pelo pai, quando soube da sua deficiência, a mãe, que carinhosamente chama de heroína assumiu toda a luta.

Em 2016, entrou com processo contra a Supervia porque a empresa, ainda hoje, não dá acessibilidade plena para cadeirantes na maioria das estações. Tendo de passar pelo constrangimento de ser carregado no colo por seguranças nem sempre gentis. Ganhou na primeira instância o direito de ter condução, mas, pasmem, a Supervia recorreu e, pasmem mais ainda, venceu no recurso.

Num país formado em boa parte por analfabetos totais e funcionais, um jovem que tinha tudo para dá errado mudou a própria história com luta, suor e lágrima. Contribua, quem sabe adiante não precisaremos mais de vaquinha para que novos “Igos” possam ser chamados de doutor ou meritíssimo.

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