sexta-feira, 9 de julho de 2021

Fogo no parquinho bolsonarista de Queimados

Ao final nem parque pode mais existir 

Reportagem do Jornalista Cassio Bruno para “Veja” intitulada “Disputa pelo Senado provoca briga entre aliados de Bolsonaro” traz o que seria uma disputa acirrada entre dois fiéis aliados de Jair Bolsonaro. De acordo com a reportagem, o deputado federal Hélio Lopes e a deputada estadual no Rio de Janeiro, Alana Passos, ambos do PSL, têm planos de disputar o Senado nas eleições de 2022. Como no próximo pleito haverá apenas uma vaga para o cargo – em 2018, foram duas, sendo o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) eleito para uma delas -, eles travam uma disputa para saber quem será o indicado do clã presidencial.

O jornalista Cassio Bruno afirma que “briga política de Hélio Negão ou Hélio Bolsonaro, como é conhecido, e Alana vem causando um racha entre parlamentares bolsonaristas.”

 A deputada, segundo a reportagem, flerta em concorrer ao Senado pelo Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. O presidente, no entanto, ainda não sinalizou publicamente uma preferência. De acordo com o que foi apurado por “Veja”,  Bolsonaro poderá indicar o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, atual secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. “Hélio e Alana só olham para o próprio umbigo e não querem fazer política coletiva”, criticou um aliado de Bolsonaro.

A revista afirma que foi Hélio Negão quem apresentou Alana Passos a Bolsonaro, em 2018, quando o presidente resolveu apoiá-la à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Porém, os primeiros desentendimentos entre os deputados começaram já a partir daquele ano. Na época, Hélio se irritou com a companheira de partido porque ela teria iniciado um “voo solo”, ou seja, tomou decisões políticas sem a participação de Hélio.

Nas eleições de 2020, mais confusão: Hélio Negão se recusou a apoiar um candidato indicado por Alana Passos à prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, reduto eleitoral dos dois. Em represália, ela pediu votos à reeleição do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), no momento em que o nome de Hélio era ventilado também para a disputa na capital. Em troca do apoio, Crivella nomeou aliados de Alana na prefeitura.

Procurada pela revista, Alana Passos teria afirmado que se colocou à disposição para disputar uma vaga ao Senado, mas nega a briga. “Quem fez essa fofoca está bastante equivocado. Não existe indisposição e nem disputa alguma com o Hélio, que é meu amigo. Se o presidente der a ele a missão de disputar uma vaga ao Senado pelo Rio, eu serei a primeira a apoiar”, afirmou a deputada por nota. Hélio ainda não respondeu.

Quem é Alana Passos?

Eleita para a Alerj com 106.253 votos, Alana tem origem militar. É sargento do Exército há mais de uma década. Foi a mulher mais votada e a terceira entre todos os candidatos no estado do Rio. Na curta carreira política, a deputada coleciona polêmicas. Alana nomeou no próprio gabinete a sua empregada doméstica. Embora ocupasse cargo de assessora parlamentar na Alerj, a mulher, na verdade, fazia faxina na casa da parlamentar. Em julho do ano passado, o Facebook removeu perfis ligados a Alana sob acusação de que a rede era usada para espalhar conteúdo falso e favorável a Bolsonaro.

Em suas páginas oficiais na internet, Alana Passos se descreve como evangélica, conservadora, fiel escudeira e “a 01 de Bolsonaro”. O marido da parlamentar, Robson Ferreira de Souza, está nomeado no gabinete do deputado federal Márcio Labre (PSL-RJ), com um salário bruto de 11,4 mil reais. É Robson quem comanda o grupo político de Alana.

Quem é Helio Negão?

Já Hélio Negão é aquele político que quase sempre aparece nas imagens da imprensa atrás de Bolsonaro durante as agendas públicas do presidente. O deputado não toma qualquer decisão sem antes consultá-lo. Participa também de grande parte das viagens de Bolsonaro no país e no exterior. Bolsonaro já confidenciou a aliados ter a intenção de indicar Hélio ao Tribunal de Contas da União (TCU) após a aposentadoria da ministra Ana Arraes. Em 2018, Hélio foi campeão de votos para deputado federal: 345.234 votos, desbancado o favorito Marcelo Freixo (PSB-RJ), que obteve 342.491. 

A pergunta seria saber se o Rio aguentará uma disputa com Alana Passos, Hélio Negão e Romário. Mas do que isso, com Jair Bolsonaro metido em tantos escândalos, com 63% de rejeição, sem que elegesse nenhum prefeito para cidades importantes no último pleito, será que o bolsonarismo sobrevive a mais esta eleição?

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