A ideia é facilitar e incluir os portadores de autimos na sociedade
Maria (nome fictício) é mãe de João, um adolescente portador de autismo. Desde que fora diagnosticada a doença, a mãe se dedica integralmente à vida do filho. O fato de João ser um portador considerado como um caso menos severo causa embaraço à mãe.
“Quem olha para o meu filho não imagina que ele seja
autista, isso dificulta muito, porque eu tenho tempo certo para ministrar remédios,
fazer comida levar às consultas . Acredito que esse documento pode facilitar e
muito.”
O documento ao qual Maria se refere a Carteira de
Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista - CIPTEA. Um importante
e pioneiro passo para incluir as pessoas com Transtorno do Espectro Autista no
convívio em sociedade e acesso aos seus direitos. O programa foi lançado nesta
semana.
Gabrielly Hage representou a pessoa com autismo e
falou da importância da carteira: “Todos nós autistas somos deficientes e
precisamos ser identificados como autistas. Muita das vezes passamos por
adversidades para comprovar e exercer nossos direitos e quando não é de fácil
identificação nós temos que dar o próprio jeito, como fiz, ao andar com um
cartão próprio, escrito a punho e até uma tatuagem que serve como
identificação, para que as pessoas soubessem que em algum momento de crise enquanto
estou na rua, eu possa ser amparada ou mesmo exigir meus direitos, Então essa
carteira pode parecer só mais um documento de identificação, mas para nós,
autistas é muito importante”. Afirmou Gabrielly.
Não foi divulgado o número de pessoas que podem ser beneficiadas
no município. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões
de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente
no Brasil. Estima-se que uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo,
com prevalência cinco vezes maior em meninos.
A carteira será expedida pela Secretaria Municipal de
Assistência Social - SEMAS, sem qualquer custo ao solicitante, mediante ao
requerimento devidamente preenchido pelo interessado ou responsável legal. Para
solicitar, porém, será necessário apresentar um relatório médico com indicação
da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) com as seguintes
informações: nome completo, filiação, local e data de nascimento, número do RG,
CPF, tipo sanguíneo, endereço e telefone para contato.
“O início do cadastramento vai ser na Secretaria
Municipal de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania - SEMDEHPROC, mas vamos
descentralizar esse cadastramento, passando a oferecer nos CRAS do nosso
município”, afirmou a Secretária de Assistência Social, Cristiane
Lamarão.
Depois de adquirida, a CIPTEA terá validade de cinco anos,
devendo ser reavaliada após este período, com o mesmo número de identificação.
Em caso de perda ou extravio da CIPTEA, será emitida uma segunda via, sem
qualquer custo para o solicitante, mediante apresentação de requerimento
próprio a ser fornecido pela SEMAS, subscrito pelo requerente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário