sábado, 21 de agosto de 2021

Município de Queimados lança carteira do autista

 A ideia é facilitar e incluir os portadores de autimos na sociedade

Maria (nome fictício) é mãe de João, um adolescente portador de autismo.  Desde que fora diagnosticada a doença, a mãe se dedica integralmente à vida do filho. O fato de João ser um portador considerado como um caso menos severo causa embaraço à mãe.

“Quem olha para o meu filho não imagina que ele seja autista, isso dificulta muito, porque eu tenho tempo certo para ministrar remédios, fazer comida levar às consultas . Acredito que esse documento pode facilitar e muito.”

O documento ao qual Maria se refere a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista - CIPTEA. Um importante e pioneiro passo para incluir as pessoas com Transtorno do Espectro Autista no convívio em sociedade e acesso aos seus direitos. O programa foi lançado nesta semana.

 Gabrielly Hage representou a pessoa com autismo e falou da importância da carteira: “Todos nós autistas somos deficientes e precisamos ser identificados como autistas. Muita das vezes passamos por adversidades para comprovar e exercer nossos direitos e quando não é de fácil identificação nós temos que dar o próprio jeito, como fiz, ao andar com um cartão próprio, escrito a punho e até uma tatuagem que serve como identificação, para que as pessoas soubessem que em algum momento de crise enquanto estou na rua, eu possa ser amparada ou mesmo exigir meus direitos, Então essa carteira pode parecer só mais um documento de identificação, mas para nós, autistas é muito importante”. Afirmou Gabrielly.

Não foi divulgado o número de pessoas que podem ser beneficiadas no município. Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Estima-se que uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo, com prevalência cinco vezes maior em meninos.

A carteira será expedida pela Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS, sem qualquer custo ao solicitante, mediante ao requerimento devidamente preenchido pelo interessado ou responsável legal. Para solicitar, porém, será necessário apresentar um relatório médico com indicação da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) com as seguintes informações: nome completo, filiação, local e data de nascimento, número do RG, CPF, tipo sanguíneo, endereço e telefone para contato. 

 “O início do cadastramento vai ser na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania - SEMDEHPROC, mas vamos descentralizar esse cadastramento, passando a oferecer nos CRAS do nosso município”, afirmou a Secretária de Assistência Social, Cristiane Lamarão. 

Depois de adquirida, a CIPTEA terá validade de cinco anos, devendo ser reavaliada após este período, com o mesmo número de identificação. Em caso de perda ou extravio da CIPTEA, será emitida uma segunda via, sem qualquer custo para o solicitante, mediante apresentação de requerimento próprio a ser fornecido pela SEMAS, subscrito pelo requerente.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A hipocrisia e os chupins da democracia

 É louvável para uma mulher negra, que teve de trabalhar como doméstica para se formar numa universidade chegar ao poder em um importante pa...