Bastou Sérgio Moro anunciar sua filiação num partido, e Deltan Dallagnol pedir demissão do Ministério Público Federal, para que fosse urdido um dos maiores embustes deste final de ano: que juízes e procuradores tivessem intenções políticas-partidárias e que teriam agido deste modo para chegar ao poder. E, se rapidamente, essa mentira não for rebatida avançará em pleno ano eleitoral.
Evidentemente numa análise séria, essa mentira não se
sustenta. E por um simples motivo: Se
tivessem intenção de entrar na política já teriam sido, porque já tiveram
momentos muito mais favoráveis.
O que o ex-juiz Moro e, talvez Dallagnol desejem, é uma
arena para que possam defender o legado da maior operação jamais realizada num
país sabidamente corrupto como Brasil. E a batalha será hercúlea.
Difícil não imaginar que parte da imprensa, ministros políticos
do Supremo, advogados organizados darão paz para eles. Já há um movimento para impedir que o
ex-procurador seja candidato. Uma excrescência concertação de força.
As críticas às atuações, os excessos cometidos pelos
procuradores nem de longe arranham os benefícios conquistados pela operação,
que pela primeira vez botou os donos do poder na cadeia, descortinado um mar de
sem-vergonhice e roubalheira generalizada. Isso é que deixa os antilavajatistas
tontos. Para eles, não basta corrigir excessos, era preciso acabar com a
operação, mesmo que continuem insepultos cadáveres como os bilhões apreendidos.
As mentiras não terão limites, avançarão pelas suas
redes sociais. Não existem heróis. Políticos são empregados do povo. Não será difícil escolher, já que do outro lado
terá um candidato lavado e remido pelo sangue do STF, e outro cujo centrão foi,
como ele mesmo afirma, seu berço desde sempre.
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