quarta-feira, 20 de maio de 2020

Presidente desce na boquinha da tubaína


A decisão de mudança no protocolo no atendimento às pessoas com a covid-19 para que seja fornecida a Cloroquina logo no início do tratamento, diferente do que vinha sendo praticado nos casos mais graves soa como um escárnio. O movimento do presidente dentro do Ministério da Saúde, para que seu desejo fosse atendido é particularmente perverso, porque coloca a vida da população em grave risco por não ter comprovação científica de que a droga seja eficiente para todos, como as vacinas por exemplo.
Bolsonaro se vale de uma artimanha muito ardilosa: já que um médico não poderia assinar a mudança no protocolo ele mantem o general Eduardo Pazzuelo- que não é médico- para fazer o trabalho sujo.
Ao se sujeitar nesse papel, o general também franqueia a entrada do Exército ao cercadinho bolsonarista que canta “Cloroquina de Jesus” toda manhã no chiqueirinho governamental. Uma vez dentro do cercado, claramente fica comprometida sua condição de garantidora da democracia.
Embora muitos entendam que não haja “clima” para um impedimento de Bolsonaro, acredita-se que por um dever moral se deva pedir sim. Mesmo que perca. O que não se pode é deixar um presidente tresloucado e deslocado da realidade destruir o que tantas pessoas lutaram para preservar.
Pedir o impedimento do presidente é optar pela decência. Entender o que vem sendo dito e praticado por ele como arroubos e franqueza é flertar com o autoritarismo.
Nos Estados Unidos, os democratas da Câmara americana mesmo sem chance, por ser minoria, e sabendo que iriam perder no Senado, aceitaram um processo de impeachment de Donald Trump.
Neste momento não mais importa se você é de direita e toma Cloroquina, ou de esquerda e toma tubaína.  O Brasil está doente, contaminado pelo coronavírus e                                                                      pela ignorância que habita o Planalto.







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