Num determinado momento ao qual não me recordo, ouvi a seguinte frase: “o mundo não tem outro motivo para ser redondo a não ser para dar volta.” Dia a dia temos exemplo disso.
A Justiça decidiu, em primeira instância, que o senador
Renan Calheiros não vai poder relatar a CPI da Covid. Evidentemente, uma
intromissão de um juiz, e já derrubada pelo TRF-1.
O governo Bolsonaro merece uma CPI cuja relatoria
esteja altura dele. Renan Calheiros, com seus 17 processos transitando pelo
STF, parece o nome perfeito. Um nome tão ou mais questionável quanto os
Bolsonaro. Difícil imaginar um senador comprometido com a verdade relatar um
processo assim.
Para esse trabalho é necessário chafurdar. Só pratica
essa ação, quem tem como hábito mergulhar cotidianamente. Desde Collor, Renan
participou intensamente de todos os governos. Inclusive fora até ministro da
Justiça. Lambuzou-se no Mensalão petista, no Petrolão lulista. Essa CPI não
pode mesmo ser relatada por qualquer outro, senão Renan.
Lembra um morador ilustre do zoo do Rio, o chimpanzé
Paulinho, que ao perceber o público enchia a mão das próprias fezes e tentava
acertar às pessoas, sem se dá conta de que suas mãos também estavam sujas. Mas
era um chimpanzé.
A vantagem de ter um Renan à frente de uma CPI como
esta, é acompanhar no grau máximo a desfaçatez de quem deveria estar preso
fazendo juízo de quem também deveria estar preso.
O brasileiro médio acompanha com curiosidade. Renan
sendo alçado como garantidor da lei, mas tem como limitador o próprio
presidente. Não passam de anões, quando assunto é moralidade.
Perfeito, Cláudio!
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