Acostumados com o “American Life” imposto a todos nós através da cultura, arte, música ficamos estarrecidos com as cenas de república de bananas protagonizada no coração da mais antiga democracia do mundo e centro político do planeta.
Há um temor natural por boa parte das pessoas que cenas
como essas possam se repetir aqui, caso Bolsonaro perca por margem apertada.
Haja vista que é o único político eleito conhecido que afirma (sem prova) que a
eleição que ele mesmo venceu foi fraudada.
De tudo que foi amplamente divulgado e mostrado uma
informação, deixada um pouco de lado por óbvia razão, já que foram perdidas vidas,
mas que confirma a fundada preocupação de brasileiros: o papel constitucional dos militares.
O fulcro da questão foi a demora de reação da Guarda
Metropolitana, que tem o objetivo principal de assegurar a integridade do
Parlamento americano e o prédio. Trump nunca abriu a boca para criticar qualquer
ação da polícia, e perceba que não foram poucos os casos de mortes contra
cidadãos, principalmente negros. Além de sempre tergiversar quando o assunto
era a Ku Klux Klan “tem pessoas boas”, chegou a dizer.
Assim como seu ídolo, Bolsonaro participou ao menos de
uma formatura por mês nesses dois anos de governo, de acordo com reportagem de O Globo. A presença foi diversa: Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia
Militar, Polícia Federal e Rodoviária. O presidente já “formou” 13.500
militares e policiais.
Bolsonaro coopta os militares, principalmente os de baixa patente, sua base eleitoral. Fritou o próprio ministro, sabotando a reforma da Previdência, para salvar seu eleitorado: pobres filhas de militares.
Assim como em Trump, é melhor não esperar de Bolsonaro
crítica à polícia. Não dá para esquecer a sublevação em vários quartéis em
destaque, a “greve” dos policiais do Ceará, e o trágico caso do trator de Cid
Gomes.
Nada é por acaso, por isso a preocupação. As idas e vindas
ao sabor do vento. A retórica policialesca, que lembra muito alguém que sempre fez parte
dos seus discursos pré-eleição: Hugo Chaves.
Temos dois anos para acompanhar se as baterias das
nossas policiais estão ou não carregadas, para que não haja com tanta lerdeza quanto
os policiais americanos na defesa do parlamento, em caso de alguém querer
copiar o ídolo, evidentemente.
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