quarta-feira, 23 de junho de 2021

Siga o Din Din , senadores.

 Antes de partir para o propriamente dito, ou não, é necessário fazer um assentamento (nunca acreditei na narrativa do "golpe". O impeachment de 2016 sem dúvida teve um embasamento claro e apoio forte da sociedade. Porém, Dilma caiu por muito menos fatores do que esse governo pratica). Portanto, impeachment do Jair é uma questão de imperiosidade moral, ele tem zero condições de presidir o país.

Parece que um caminho está se delineando, tudo por conta da decisão da procuradora Luciana Loureiro que abriu investigação criminal para apurar possível corrupção do governo na compra da vacina indiana Covaxin com sobre preço de 1000%, após tomar depoimento de um funcionário público responsável pelo contrato.

O contrato foi firmado pela gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde com um atravessador enrolado em escândalos de corrupção no governo. O servidor Luís Ricardo Fernandes Miranda admitiu  pressão fora do normal para que o governo fechasse a operação.

Está aí um imbróglio que arrastará Bolsonaro para dentro de uma crise sem precedente. Uma canetada da procuradora,levará o caso ao gabinete de Augusto Aras na PGR. De tão grave, não haverá como Aras resistir à pressão de boa parte dos subprocuradores para levar adiante. Enquanto a investigação seguir no gabinete da procuradora, a coisa não preocupará o palácio.

O mais grave, como apurou o site O Antagonista, o deputado federal Luís Miranda, do DEM do Distrito Federal, teria alertado sobre irregularidades no contrato. Miranda é irmão do funcionário que alega ter sofrido pressão para fechar o contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos. De acordo com o deputado, ele esteve pelo menos duas vezes com o presidente da república, nos dias 29 e 30 de janeiro.

O contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, representante do laboratório indiano responsável pela fabricação da Covaxin no Brasil, é alvo de investigação no Ministério Público Federal e está na mira da CPI da Covid.

Miranda chegou a pedir a Bolsonaro que intermediasse a situação do irmão, que foi exonerado e depois renomeado. O deputado também teria levado o caso ao ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e à Polícia Federal.

Nos últimos dias, Luís Miranda tem procurado senadores da CPI da Covid para relatar “a pressão excessiva” que seu irmão, Luís Ricardo Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, estaria sofrendo.

Pelo jeito, a CPI encontrou uma importante ponta solta nesse novelo. Siga o dinheiro, siga o DIN DIN.

 

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