No último dia 15 de novembro, a população queimadense depositou nas urnas mais que o voto no 77, colocou lá dentro um sentimento de mudança que há muito não se via. Para lá dos discursos religiosos, que tenta ampliar uma dualidade que tanto faz mal ao país como o de que David acabou com Golias, no caso David seria Glauco, e Golias, os outros adversários com mais investimento. Prefiro outra comparação.
Penso que, como na fábula,
quem ganhou foi o inseto que preferiu trabalhar enquanto os outros preferiam
cantar loas confiando nos altos investimentos. O trabalho de formiga
prevaleceu, principalmente dentro das igrejas (mostrou a união dos protestantes,
coisas que só via nas denominações neopentecostais). Mas isso não o desmerece
em nada, pelo contrário, mostrou que com união podemos mudar nossa realidade. Difícil encontrar um local em Queimados,
aonde um grupo de meia dúzia de gatos pingados acompanhando um carro de som, com
pequeno número de bandeiras esmirradas, não tenha passado apontando que outra
forma de administrar a cidade seria possível.
Os desafios estão postos,
mas vai precisar mais do que apenas consertar a contradição de que Glauco
Kaizer teria nascido em Nova Iguaçu, ou em Minas Gerais. Vai necessitar dialogar com uma Câmara ávida
por cargos. A beleza da política está nas conversas, nos acordos. Contanto que não extrapole a tênue linha da
legalidade.
A população espera que
muitos dos projetos sejam colocados em prática. Principalmente aqueles que
afetam diretamente as pessoas: Falta de médicos, demora na marcação de consulta
e exames, ter de acordar de madrugada sujeito a todos os tipos de violência,
creches que não seja depósito de crianças e em tempo integral.
Desejamos sorte para o
prefeito eleito, Glauco Kaiser; e ter a sabedoria para entender a grande
mudança que foi sua eleição, e que a única dualidade permitida seria dialogar e
ouvir.