sábado, 30 de janeiro de 2021

Água suja, Gestão poluída. Da excelência a geosmina

 


Artigo: Péricles Gomes, geógrafo e climatologista


A população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro vive transtorno urbano em diversas frentes sociais, uma delas é a hídrica. Um ano após a crise da água, devido a presença de cianobactérias, revemos o mesmo filme, e com pitacos de canalhice pública, com o poder ausente e população sem suporte.

Para piorar a situação, aproximadamente 60% das estações de tratamento de esgoto nos dez municípios correspondentes à bacia do Rio, estão desligadas, ou sequer saíram do papel.

É de se notar que a negligência persiste até mesmo em meio à catástrofe que é o abastecimento e falta de saneamento básico. Dentro do que poderia ser feito nada realizaram para evitar ainda mais o caos, sem falar no desperdício de recursos públicos, que nos últimos trinta anos ultrapassam um bilhão e meio de dólares em verbas vindas do exterior, federais, estaduais e municipais.

Investiu-se em dezenas de estações de tratamento de esgoto, a maioria delas sequer saiu papel, as existentes não funcionam. A pergunta que fica é: cadê o dinheiro? Alguém foi responsabilizado por crimes contra a saúde pública?

A Cedae por sua vez só se preocupa com a água e deixa de lado o esgoto. A situação porém calamitosa não chega ser novidade. Nem planejamento para mitigar os problemas ambientais que impactam os recursos hídricos e o abastecimento existe.

A empresa que já teve diversos certificados de competência por serviços de qualidade agora vive sob pressão política na sua área técnica.

Assim algumas dúvidas pairam e necessitam de explicação. Tais atos de abandono nos levam à reflexão e questionar sobre a gestão técnica e política da empresa. Seria deteriorar para privatizar?

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