Artigo: Péricles Gomes, geógrafo e climatologista
A população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro vive transtorno urbano em diversas frentes sociais, uma delas é a hídrica. Um ano após a crise da água, devido a presença de cianobactérias, revemos o mesmo filme, e com pitacos de canalhice pública, com o poder ausente e população sem suporte.
Para piorar a situação, aproximadamente 60% das estações
de tratamento de esgoto nos dez municípios correspondentes à bacia do Rio,
estão desligadas, ou sequer saíram do papel.
É de se notar que a negligência persiste até mesmo em
meio à catástrofe que é o abastecimento e falta de saneamento básico. Dentro do
que poderia ser feito nada realizaram para evitar ainda mais o caos, sem falar
no desperdício de recursos públicos, que nos últimos trinta anos ultrapassam um
bilhão e meio de dólares em verbas vindas do exterior, federais, estaduais e
municipais.
Investiu-se em dezenas de estações de tratamento de esgoto,
a maioria delas sequer saiu papel, as existentes não funcionam. A pergunta que
fica é: cadê o dinheiro? Alguém foi responsabilizado por crimes contra a saúde
pública?
A Cedae por sua vez só se preocupa com a água e deixa
de lado o esgoto. A situação porém calamitosa não chega ser novidade. Nem planejamento
para mitigar os problemas ambientais que impactam os recursos hídricos e o
abastecimento existe.
A empresa que já teve diversos certificados de
competência por serviços de qualidade agora vive sob pressão política na sua
área técnica.
Assim algumas dúvidas pairam e necessitam de
explicação. Tais atos de abandono nos levam à reflexão e questionar sobre a
gestão técnica e política da empresa. Seria deteriorar para privatizar?
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