O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro voltou a acusar o presidente Jair Bolsonaro pela falta de empenho no combate à corrupção e afirmou que o chefe do executivo deixou de vetar itens do Projeto de Lei intitulado de anticrime para defender o senador e seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
A
revelação foi feita nesta sexta-feira à revista eletrônica “Crusoé”. Moro foi
enfático ao afirmar que o presidente sancionou a lei no fim de 2019 sem vetar
alguns dispositivos que versavam sobre a limitação de prisões preventivas e de
acordo sobre colaboração premiada. Apesar de ter sugerido o veto,
Bolsonaro não atendeu o apelo de Moro.
"Chamou-me a
atenção um fato quando o projeto anticrime foi aprovado pelo Congresso.
Infelizmente, houve algumas alterações no texto que acho que não favorecem a
atuação da Justiça criminal. Propusemos vetos, e me chamou a atenção o
presidente não ter acolhido essas propostas de veto, especialmente se levarmos
em conta o discurso dele tão incisivo contra a corrupção e a impunidade.
Limitar acordos e prisão preventiva bate de frente com esse discurso. Isso
aconteceu em dezembro de 2019, mesmo mês em que foram feitas buscas
relacionadas ao filho do presidente", comentou o ex-ministro.