Ao final nem parque pode mais existir
Reportagem
do Jornalista Cassio Bruno para “Veja” intitulada “Disputa pelo Senado provoca
briga entre aliados de Bolsonaro” traz o que seria uma disputa acirrada entre
dois fiéis aliados de Jair Bolsonaro. De acordo com a reportagem, o deputado
federal Hélio Lopes e a deputada estadual no Rio de
Janeiro, Alana Passos, ambos do PSL, têm planos de disputar
o Senado nas eleições de 2022. Como no próximo pleito haverá
apenas uma vaga para o cargo – em 2018, foram duas, sendo o senador Flávio
Bolsonaro (Patriota-RJ) eleito para uma delas -, eles travam uma disputa
para saber quem será o indicado do clã presidencial.
O
jornalista Cassio Bruno afirma que “briga política de Hélio Negão ou Hélio
Bolsonaro, como é conhecido, e Alana vem causando um racha entre parlamentares
bolsonaristas.”
A deputada, segundo a reportagem, flerta em
concorrer ao Senado pelo Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do
Reino de Deus. O presidente, no entanto, ainda não sinalizou publicamente uma
preferência. De acordo com o que foi apurado por “Veja”, Bolsonaro poderá indicar o ex-ministro da
Saúde, Eduardo Pazuello, atual secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria
Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. “Hélio e Alana
só olham para o próprio umbigo e não querem fazer política coletiva”, criticou
um aliado de Bolsonaro.
A revista
afirma que foi Hélio Negão quem apresentou Alana Passos a Bolsonaro, em 2018,
quando o presidente resolveu apoiá-la à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Porém, os primeiros desentendimentos entre os deputados começaram já a partir
daquele ano. Na época, Hélio se irritou com a companheira de partido porque ela
teria iniciado um “voo solo”, ou seja, tomou decisões políticas sem a
participação de Hélio.
Nas
eleições de 2020, mais confusão: Hélio Negão se recusou a apoiar um candidato
indicado por Alana Passos à prefeitura
de Queimados, na Baixada Fluminense, reduto eleitoral dos dois. Em
represália, ela pediu votos à reeleição do prefeito do Rio, Marcelo Crivella
(Republicanos), no momento em que o nome de Hélio era ventilado também para a
disputa na capital. Em troca do apoio, Crivella nomeou aliados de Alana na
prefeitura.
Procurada
pela revista, Alana Passos teria afirmado que se colocou à disposição para
disputar uma vaga ao Senado, mas nega a briga. “Quem fez essa fofoca está
bastante equivocado. Não existe indisposição e nem disputa alguma com o Hélio,
que é meu amigo. Se o presidente der a ele a missão de disputar uma vaga ao
Senado pelo Rio, eu serei a primeira a apoiar”, afirmou a deputada por nota.
Hélio ainda não respondeu.
Quem
é Alana Passos?
Eleita para
a Alerj com 106.253 votos, Alana tem origem militar. É sargento do Exército há
mais de uma década. Foi a mulher mais votada e a terceira entre todos os
candidatos no estado do Rio. Na curta carreira política, a deputada coleciona
polêmicas. Alana nomeou no próprio gabinete a sua empregada doméstica. Embora
ocupasse cargo de assessora parlamentar na Alerj, a mulher, na verdade, fazia
faxina na casa da parlamentar. Em julho do ano passado, o Facebook removeu
perfis ligados a Alana sob acusação de que a rede era usada para espalhar
conteúdo falso e favorável a Bolsonaro.
Em suas páginas oficiais na internet, Alana Passos se
descreve como evangélica, conservadora, fiel escudeira e “a 01 de Bolsonaro”. O
marido da parlamentar, Robson Ferreira de Souza, está nomeado no gabinete do
deputado federal Márcio Labre (PSL-RJ), com um salário bruto de 11,4 mil reais.
É Robson quem comanda o grupo político de Alana.
Quem
é Helio Negão?
Já Hélio Negão é aquele político que quase sempre aparece
nas imagens da imprensa atrás de Bolsonaro durante as agendas públicas do
presidente. O deputado não toma qualquer decisão sem antes consultá-lo.
Participa também de grande parte das viagens de Bolsonaro no país e no
exterior. Bolsonaro já confidenciou a aliados ter a intenção de indicar Hélio
ao Tribunal de Contas da União (TCU) após a aposentadoria da ministra Ana
Arraes. Em 2018, Hélio foi campeão de votos para deputado federal: 345.234
votos, desbancado o favorito Marcelo Freixo (PSB-RJ), que obteve 342.491.
A pergunta seria saber se o Rio aguentará uma disputa com Alana
Passos, Hélio Negão e Romário. Mas do que isso, com Jair Bolsonaro metido em
tantos escândalos, com 63% de rejeição, sem que elegesse nenhum prefeito para
cidades importantes no último pleito, será que o bolsonarismo sobrevive a mais
esta eleição?