Se algo de positivo surge dessa crise grave à qual o
Brasil atravessa, com o governo federal no papel de principal gerador de crise
da República, foi a queda de alguns dogmas que povoam a cabeça de boa parte do
povo brasileiro.
O primeiro é perceber que o Jair Bolsonaro nunca acreditou
na democracia, apesar de ter usado processo para chegar ao poder e ali permanecer
por 28 anos, em algum tipo de mandato entre vereador e deputado.
O segundo é o que nossas Forças Armadas teria se
libertado da pecha de golpistas e se tornariam como garantidores
constitucionais no campo democrático. E
que nossos generalato seriam compostos por profissionais altamente
qualificados.
O que se mostra é um grupo formado por generais que não
têm ideia de como funciona o processo democrático. E isso ficou transparente
com a divulgação de uma nota pelo general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de
Segurança Institucional, que considerava uma intromissão de um poder no outro,
caso o ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, autorizasse a apreensão
do celular do presidente e do filho dele, em consonância com pedido de um grupo
composto por partidos da oposição.
Na democracia, o que prevalece como nos mostra Montesquieu
é o “Espírito das Leis.” Não será com ameaça. Sequer se deram o trabalho de
consultar a Advocacia Geral Da União (AGU) para que tivesse a informação de que
nesses casos ministros do STF é um mero despachante, a Procuradoria Geral da
República é que daria o veredicto sobre o pedido.
As Forças
Armadas, principalmente o Exército, levaram 40 anos na tentativa de recuperar
sua imagem pós-ditadura. Diferente do que muita gente imaginava o que se vê são
generais idiotizados, deslumbrados com o poder a reboque de um tenente quase
expulso por atos sindicais e que por muito tempo fora proibido de entrar nos
quartéis.
O que esses generais fará, com seus comportamentos omissos,
de ignorância e de desrespeito à democracia e à Constituição será levar o Brasil e as Armadas para um limbo onde não
haverá mais contagem de tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário