Para além do conflito nas
manifestações desse final de semana em que a ação da polícia foi criticada por supostamente
favorecer uma das partes, cujo símbolo tem a imagem de um policial acompanhando
uma mulher portando um bastão de basebol e rosto coberto para longe da refrega,
a tentativa de cooptar policiais militares não chega a ser novidade e não apenas
no Brasil.
Embora o tenente Jair Bolsonaro
tenha sido reformado- para não ser expulso- como capitão do Exército, é notório
que um dos principais grupos de apoio se dê justamente nas chamadas forças auxiliares
como a Polícia Militar e Bombeiro.
Bolsonaro apenas repete o método
utilizado na Venezuela. Oficial do Exército venezuelano, Hugo Chávez, que tentou
um golpe fracassado, teve sucesso apenas quando contou com ajuda das forças
policiais locais. Na Bolívia, do deposto Evo Moralez, o movimento teve do
início ao fim, apoio das polícias nas províncias e que teriam “surpreendido” o
exército local.
Por aqui nunca foi segredo a aproximação do presidente com grupos de policiais militares e paramilitares. Num momento em que o Exército, principalmente na figura do vice Mourão, nega que haja pensamento de intervenção militar, Bolsonaro continua a esticar a corda; e que quando é de distensionada, nunca volta ao tamanho original.
O vídeo divulgado nas
redes sociais consegue materializar o tipo de ligação entre bolsonaristas e
policiais militares na sua essência. Na Zona Sul do Rio, um policial militar
garantiu ao deputado federal Daniel Silveira, apoiador de Bolsonaro, que já
tinha providenciado a destruição de bandeira de outro grupo que protestava a
favor da Democracia. Num claro favorecimento espúrio e de vassalagem por conta
de um capitão PM, que deveria proteger todos indistintamente e coibir excesso.
Essas atitudes deveriam envergonhar toda a tropa. O comando geral da PM tem obrigação vir a público e refutar de forma veemente. A polícia é garantidora da ordem e assim deve permanecer.
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