A vingança é mais doce quando é servida fria. E nisso Jair Bolsonaro pode ser graduado com louvor. Demoraram-se 33 anos, mas Bolsonaro conseguiu, enfim, humilhar o Exército brasileiro, que quase o expulsou em 1986 por indisciplina, ao tentar formar sindicato dentro dos quarteis reivindicando aumento pra oficiais de baixa patentes e graduados.
Evidentemente
isso criou animosidade entre o generalato e o tenente rebelde. Reformado ex-officio como capitão, quando se
elegeu vereador pelo Rio em 1988, escapando de uma expulsão certa jurou,
talvez, vingar-se.
Uma breve historiografia
dos quatro filhos mostra que, embora Bolsonaro fizesse uma louvação ao Exército,
nenhum dos seus quatro filhos estudou num dos Colégios Militares espalhados
pelo Brasil, e orgulho da instituição. O motivo parece claro neste momento: o sobrenome
Bolsonaro era amaldiçoado junto aos oficiais superiores.
A não punição de Pazuello abre um precedente perigoso, mostra que, se o Exército não está abraçado com Bolsonaro, ao menos de mãos dadas é o que aparenta. Ao não permitir uma punição por subir num palanque, sendo general da ativa, Bolsonaro humilha toda a instituição na persona do general Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército.
Bolsonaro
vem conquistando com esmero o que começou a implantar há 30 anos. Chamar para
si a liderança de cabos, sargentos, suboficiais e soldados. Conta com ajuda de
generais deslumbrado com o mel do dinheiro farto em suas contas. Jogando na
lama todo o suor que muitos confrades deixaram para reconstruir a imagem da
Força pós-ditadura.
Qualquer soldado, a partir da não punição de
Pazuello, pode sonhar com cargos na política. Mesmo sendo militar subir em
palanques, armados e protegendo o presidente. É uma venezuelização de Direita.
É nessa
tragédia em que o Brasil se encontra. E se insistirem numa candidatura tirada a
fórceps de Lula, o incompetente que
habita o Planalto vai ter, ao menos, mais quatro anos para tentar implementar o
indizível.
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